12 de Novembro
“Cada vez mais alto”
“Grande salto!!!” – exclamou alguém que viu cavaleiro ajudar seu cavalo a dar o seu primeiro salto.
Para chegar ao ponto de dar o primeiro salto é necessário disposição e um querer muito grande do cavalo. Há também todo um trabalho, por parte do cavaleiro, de ensino, de musculação, de impulsão e harmonia que é necessário imprimir ao cavalo para que o faça plenamente.
O cavalo musculava a olhos vistos, e assim a fasquia ía aumentando. A barra horizontal passava de 1,00m para 1,20m , de 1,20m para 2,00m e assim sucessivamente. Tiveram de mandar fazer postes verticais maiores para poder pôr os horizontais a uma altura ainda maior, que nunca nenhum cavalo tinha passado.
“Tenho um cavalo muito especial!” – dizia o cavaleiro. Era especial pois nunca deixou de dar um salto, fosse a que altura fosse. Nunca fez um borrego(1)! É claro que as lesões são frequentes no cavalos e certo dia, ao lesionar-se no boleto(2) da mão esquerda teve de parar. Mas foi possível ter uma boa recuperação pois foi logo assistido por alguns veterinários. Tinha veterinários ao seu dispor vinte e quatro horas por dia. Não foi por estar parado que o cavaleiro deixou de dar atenção ao cavalo! Todos os dias estava com ele e preparava-lhe sempre uma boa cama de palha de aveia. Recuperou e começou novamente a saltar. A exigência aumentava cada vez mais.
“ Eih! What is that?” – disse um estrangeiro engasgado comendo um pastel de nata nos jardins de Belém.
Na verdade começou a passar as marcas da normalidade! O cavalo saltou por cima do CCB e a seguir por cima dos Jerónimos! Era esplendoroso ver aquele cavalo todo no ar!! Era como que uma estrela cadente atravessasse o céu, mas de dia.
Houve um dia que se descobriu o por quê deste saltos! O cavalo tinha um sonho! O sonho de um dia atravessar as nuvens do céu. Para isso treinava todos os dias com prazer e dedicação sem contestar muito os obstáculos que o cavaleiro lhe propunha! Obstáculos estes, que pareciam cada vez mais inalcançáveis, mas que tornavam o sonho cada vez mais perto.
Poderei ser este cavalo?!?! E os meus amigos? não serão veterinários?! Jesus não é o meu cavaleiro? “Querer” ou “crer”? “céu” ou “Céu”?
(1) na gíria diz-se borrego quando o cavalo pára em frente ao salto e o cavaleiro, pode ou não, sair pelas orelhas (do cavalo)
(2) corresponde ao nosso pulso
Nuno Alarcão
[Este texto foi escrito pelo convidado especial de hoje e dos dias 12's, o qual temos a honra de ler. Obrigado Nuno!]
“Grande salto!!!” – exclamou alguém que viu cavaleiro ajudar seu cavalo a dar o seu primeiro salto.
Para chegar ao ponto de dar o primeiro salto é necessário disposição e um querer muito grande do cavalo. Há também todo um trabalho, por parte do cavaleiro, de ensino, de musculação, de impulsão e harmonia que é necessário imprimir ao cavalo para que o faça plenamente.
O cavalo musculava a olhos vistos, e assim a fasquia ía aumentando. A barra horizontal passava de 1,00m para 1,20m , de 1,20m para 2,00m e assim sucessivamente. Tiveram de mandar fazer postes verticais maiores para poder pôr os horizontais a uma altura ainda maior, que nunca nenhum cavalo tinha passado.
“Tenho um cavalo muito especial!” – dizia o cavaleiro. Era especial pois nunca deixou de dar um salto, fosse a que altura fosse. Nunca fez um borrego(1)! É claro que as lesões são frequentes no cavalos e certo dia, ao lesionar-se no boleto(2) da mão esquerda teve de parar. Mas foi possível ter uma boa recuperação pois foi logo assistido por alguns veterinários. Tinha veterinários ao seu dispor vinte e quatro horas por dia. Não foi por estar parado que o cavaleiro deixou de dar atenção ao cavalo! Todos os dias estava com ele e preparava-lhe sempre uma boa cama de palha de aveia. Recuperou e começou novamente a saltar. A exigência aumentava cada vez mais.
“ Eih! What is that?” – disse um estrangeiro engasgado comendo um pastel de nata nos jardins de Belém.
Na verdade começou a passar as marcas da normalidade! O cavalo saltou por cima do CCB e a seguir por cima dos Jerónimos! Era esplendoroso ver aquele cavalo todo no ar!! Era como que uma estrela cadente atravessasse o céu, mas de dia.
Houve um dia que se descobriu o por quê deste saltos! O cavalo tinha um sonho! O sonho de um dia atravessar as nuvens do céu. Para isso treinava todos os dias com prazer e dedicação sem contestar muito os obstáculos que o cavaleiro lhe propunha! Obstáculos estes, que pareciam cada vez mais inalcançáveis, mas que tornavam o sonho cada vez mais perto.
Poderei ser este cavalo?!?! E os meus amigos? não serão veterinários?! Jesus não é o meu cavaleiro? “Querer” ou “crer”? “céu” ou “Céu”?
(1) na gíria diz-se borrego quando o cavalo pára em frente ao salto e o cavaleiro, pode ou não, sair pelas orelhas (do cavalo)
(2) corresponde ao nosso pulso
Nuno Alarcão
[Este texto foi escrito pelo convidado especial de hoje e dos dias 12's, o qual temos a honra de ler. Obrigado Nuno!]
5 Comments:
Um texto girissimo. Gostei imenso da comparação com o cavalo que queria saltar cada vez mais, e peço ao Pai para me deixar guiar pelo Nosso Cavaleiro Jesus, que nos faça saltar cada vez mais alto.
Um grande beijinho Nuno e espero ler mais vezes textos seus
Nuno,
quando li o tetxo lembrei-me di grande Santo que foi Inácio de Loyola!!
Que cada um de nós queira saltar sempre o mais alto possível para estarmos mais perto d'Ele...
Já não passava por cá há muito muito tempo: culpa minha, talvez desleixo. Voltei hoje, dia seguinte ao São Martinho, e voltei em paz. E, ao voltar, recordei a razão de tantas visitas anteriores e de futuras e consecutivas visitas. Muito simplesmente porque escrevem com Cristo no Coração, Pensamento e Palavra.
Deparei-me imediatamente com este belo texto metafórico, que me deixou a pensar(o Pensar também dá Felicidade). Quereremos nós, hoje, ser cavalos de Alguém, passados à guia e volteados? Por ventura, desejamos o Fim Último que isso nos proporcionaria, porém... a chegada ao Céu exige tanto de nós que, sob pena capital, preferimos a facilidade quotidiana. Afastada de complexidades espirituais(como se isto fosse possível, Deus está em nós, Sempre, em todos nós). Vir a este espaço ajuda a Pensar e Repensar Cristo. Sempre e em toda a parte, com Dedicação e Humildade, como Ele nos ensinou.
A Agradecer a Ajuda, como diz uma velha velha amiga: "Obrigada Sempre!"
Com uma ria(1) pela frente, mas com Cristo no coração...
(1)obstáculo que frequentemente se encontra nas provas de obstáculos a cavalo, para seguir o sentido do texto.
Tiago
Que bela história!Mas não quero que fique apenas como uma história!Vamos todos fazer por ser um cavalo domesticado, esforçado e com vontade de chegar mais longe!No que eu puder ajudar avisem-me porque também irei avisar quando precisar e acreditem que preciso bastante!
Beijinhos
Caríssimo Nuno,
Só me rio só de imaginar todos os "borregos" que já me agraciaram nesta vida (deixo aqui um grande bem-haja a essa saudosa égua chamada Feiticeira que, acredito, tinha um prazer especial em ver-me saltar os obstáculos... sozinho :p)...
Que bom exemplo este. Lembra-me tão bem as aulas que tinha em campo aberto, em que me sentia tão livre e em que sentia o cavalo tão feliz... acho que é uma sensação difícil de igualar em termos de experiência de liberdade :)
Sejamos, pois, cavalos alados porque o nosso cavaleiro é one of a kind!!!
Gostei mesmo muito, um grande abraço!
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