terça-feira, dezembro 19, 2006

19 de Dezembro

Costuma-se dizer que do amor ao ódio vai um passo, e vice-versa. Discordo, discordo muito. É certo que tanto o amor como o ódio agarram, juntam duas pessoas. Num ódio, às vezes, quase "precisamos" de magoar o outro todos os dias ou frequentemente. Na realidade, são estes os nossos ódios de estimação, tal como temos animais de estimação que cuidamos todos os dias. No sentido em que tanto o amor como o ódio juntam duas pessoas, podemos reconhecer que é mais ou menos parecido. Mas, para transformar um amor num ódio ou vice-versa, é preciso algo grave ter acontecido, muito grave mesmo. O amor, numa relação, é feito de sentimento, uma pequena parte, e feito grande parte de gestos, de amor construído. Como vai toda essa construção por água abaixo de repente, de maneira a que o outro nos odeie ou nós odiarmos o outro? Bem, ou a relação ainda não era muito forte, ou algo de muito grave aconteceu. Não tenhas demasiado medo de passares a odiar quem amas. Isso acontece pouco. Preocupa-te antes em arranjar "amores de estimação"!
AVC

25 Comments:

Blogger Mike said...

O ódio é um medo de amar... já deixei de me enganar a esse nível!

9:30 da manhã  
Blogger Maria João said...

Também concordo com o mike. Amar é muito bom, mas como exige mais dar do que receber e muita humildade, por vezes, fugimos do amor.

9:32 da manhã  
Blogger J said...

António,

também eu concordo com o Miguel, o ódio é o receio de se dar, é o fechar-se em si, porque é mais facil odiar do que Amar, amar exige sofrimento, dedicação, entrega.

Um grande beijinho e espero que tenhamos todos mais amores de estimação do que odios.

12:07 da tarde  
Blogger CristalizArte said...

Mike, não vejo o ódio como um medo de amar. O medo de amar pode ser uma das causas para alguns ódios, não de todos, e nunca definindo-os como tal. O ódio é desejar a ruína ou a desgraça do outro. Uma pessoa pode ter medo de amar... mas daí a desejar a dor do outro vai uma grande distância a percorrer. O objectivo deste postal era tentar perceber que a frase que diz "do amor ao ódio vai um passo" está errada, que não é bem assim. É preciso que algo de muito grave aconteça pelo meio... agora o quê? O que é assim tão grande para transformar um amor em ódio? Às vezes parece que basta um "click" para isso acontecer, mas penso que na realidade esse "click" é só o pingo que faz transbordar o recipiente. Nesse caso, já havia muita coisa acumulada...

Concordo por inteiro contigo, Maria João, amar exige mais "dar" que "receber", e por isso fugimos do amor. Isso é tão verdade! Acontece-me imenso e é uma luta que há a travar!

Joana, acho que odiar também exige sofrimento, dedicação e entrega. Por isso é que é parecido ao amor, nesse sentido. É algo que também precisa de ser alimentado para sobreviver. O segredo deve passar por não alimentar os ódios, e depois desfazermo-nos deles com o tempo que for necessário!

Três abraços em Cristo e obrigado (desculpem discordar),


AVC

1:07 da tarde  
Blogger longe de Ti said...

Querido AVC concordo totalmente com o Mike! Quando se sente ódio tu não queres mesmo magoar o outro mas é um impulso para que te defendas a ti e para que não te magoes tu!
Muito bom Mike!Muito bem observado!
Beijinhos em Cristo para os dois

2:16 da tarde  
Blogger Fátima F said...

Ódio é uma palavra forte. Nós Cristãos, odiamos? Desejamos propositadamente que o outro sofra? Penso que não, pelo menos assim não deveria ser.
Uma coisa é não amar como devemos, sermos mais ou menos indiferentes para com o outro, não nos importarmos... outra coisa é odiar...e isso acontece mais com as clubites desportivas :P

Assim, também não penso que ódio seja medo de amar...embora o medo de amar aconteça frequentemente. Quem odeia se calhar não sabe amar.

6:58 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Já eu concordo com o AVC e não é por ele ser o da 'casa'. Penso que o ódio, é um sentimento distinto como o do amor e que nasce como o do amor e no caso, por uma ferida aberta por esse.

Não consigo odiar ninguem, mas entendo que se sinta esse sentimento mesmo que so temporariamente; por uma causa que leve o seu tempo a sarar e porque o vejo como uma distorção do amor, que nos é ou deve ser, o que nos é mais natural.

Mas o Mike também não estará errado de todo. Se fôr assim, sim, pode então começar por esse 'medo' ou a falta de confiança em reatar o amor já quebrado, e, por despeito, querer-se magoar o outro.

A melhor solução é voltar-se a mente (o coração já não diz nada) para outro lado.

Abraços.

7:01 da tarde  
Blogger joaquim said...

O ódio, para mim, nasce ou tem origem na incapacidade de ver os outros como irmãos ou como iguais e na concentração em si próprio.
Penso que é muito dificil odiar verdadeiramente, porque o homem, cristão ou não cristão, foi criado no amor a para o amor, pelo que lhe é visceralmente muito dificil odiar tão completamente que deseja a total destruição do outro.
Não me iludo, sei que tal existe, mas penso que reflecte algo doentio que pode ter origens muito variadas, tais como o recurso a práticas de "magias" que acabam por transformar o individuo/a, ou a uma educação nesse sentido.
Refiro-me, insisto, àquilo a que se poderia chamar um ódio "mortal", entre pessoas que se conhecem, ou "raças" e não a qualquer coisa como os intervenientes numa guerra, por exemplo, que provoca ciscunstâncias
diferentes.
Também acho que o medo de amar, pode provocar ódio, mas sobretudo a si próprio.
O ciúme "descontrolado" será uma forma de ódio?
Percebi agora que não consegui passar aquilo que queria dizer, mas as palavras às vezes falham-me.
Já tive "razões" para odiar, segundo o "padrão" social, mas nunca odiei, pelo menos da forma que aqui refiro.
Abraço em Cristo

7:58 da tarde  
Blogger joaquim said...

O ódio, para mim, nasce ou tem origem na incapacidade de ver os outros como irmãos ou como iguais e na concentração em si próprio.
Penso que é muito dificil odiar verdadeiramente, porque o homem, cristão ou não cristão, foi criado no amor a para o amor, pelo que lhe é visceralmente muito dificil odiar tão completamente que deseja a total destruição do outro.
Não me iludo, sei que tal existe, mas penso que reflecte algo doentio que pode ter origens muito variadas, tais como o recurso a práticas de "magias" que acabam por transformar o individuo/a, ou a uma educação nesse sentido.
Refiro-me, insisto, àquilo a que se poderia chamar um ódio "mortal", entre pessoas que se conhecem, ou "raças" e não a qualquer coisa como os intervenientes numa guerra, por exemplo, que provoca ciscunstâncias
diferentes.
Também acho que o medo de amar, pode provocar ódio, mas sobretudo a si próprio.
O ciúme "descontrolado" será uma forma de ódio?
Percebi agora que não consegui passar aquilo que queria dizer, mas as palavras às vezes falham-me.
Já tive "razões" para odiar, segundo o "padrão" social, mas nunca odiei, pelo menos da forma que aqui refiro.
Abraço em Cristo

8:00 da tarde  
Blogger joaquim said...

O ódio, para mim, nasce ou tem origem na incapacidade de ver os outros como irmãos ou como iguais e na concentração em si próprio.
Penso que é muito dificil odiar verdadeiramente, porque o homem, cristão ou não cristão, foi criado no amor a para o amor, pelo que lhe é visceralmente muito dificil odiar tão completamente que deseja a total destruição do outro.
Não me iludo, sei que tal existe, mas penso que reflecte algo doentio que pode ter origens muito variadas, tais como o recurso a práticas de "magias" que acabam por transformar o individuo/a, ou a uma educação nesse sentido.
Refiro-me, insisto, àquilo a que se poderia chamar um ódio "mortal", entre pessoas que se conhecem, ou "raças" e não a qualquer coisa como os intervenientes numa guerra, por exemplo, que provoca ciscunstâncias
diferentes.
Também acho que o medo de amar, pode provocar ódio, mas sobretudo a si próprio.
O ciúme "descontrolado" será uma forma de ódio?
Percebi agora que não consegui passar aquilo que queria dizer, mas as palavras às vezes falham-me.
Já tive "razões" para odiar, segundo o "padrão" social, mas nunca odiei, pelo menos da forma que aqui refiro.
Abraço em Cristo

8:02 da tarde  
Blogger joaquim said...

O ódio, para mim, nasce ou tem origem na incapacidade de ver os outros como irmãos ou como iguais e na concentração em si próprio.
Penso que é muito dificil odiar verdadeiramente, porque o homem, cristão ou não cristão, foi criado no amor a para o amor, pelo que lhe é visceralmente muito dificil odiar tão completamente que deseja a total destruição do outro.
Não me iludo, sei que tal existe, mas penso que reflecte algo doentio que pode ter origens muito variadas, tais como o recurso a práticas de "magias" que acabam por transformar o individuo/a, ou a uma educação nesse sentido.
Refiro-me, insisto, àquilo a que se poderia chamar um ódio "mortal", entre pessoas que se conhecem, ou "raças" e não a qualquer coisa como os intervenientes numa guerra, por exemplo, que provoca ciscunstâncias
diferentes.
Também acho que o medo de amar, pode provocar ódio, mas sobretudo a si próprio.
O ciúme "descontrolado" será uma forma de ódio?
Percebi agora que não consegui passar aquilo que queria dizer, mas as palavras às vezes falham-me.
Já tive "razões" para odiar, segundo o "padrão" social, mas nunca odiei, pelo menos da forma que aqui refiro.
Abraço em Cristo

8:03 da tarde  
Blogger joaquim said...

O ódio, para mim, nasce ou tem origem na incapacidade de ver os outros como irmãos ou como iguais e na concentração em si próprio.
Penso que é muito dificil odiar verdadeiramente, porque o homem, cristão ou não cristão, foi criado no amor a para o amor, pelo que lhe é visceralmente muito dificil odiar tão completamente que deseja a total destruição do outro.
Não me iludo, sei que tal existe, mas penso que reflecte algo doentio que pode ter origens muito variadas, tais como o recurso a práticas de "magias" que acabam por transformar o individuo/a, ou a uma educação nesse sentido.
Refiro-me, insisto, àquilo a que se poderia chamar um ódio "mortal", entre pessoas que se conhecem, ou "raças" e não a qualquer coisa como os intervenientes numa guerra, por exemplo, que provoca ciscunstâncias
diferentes.
Também acho que o medo de amar, pode provocar ódio, mas sobretudo a si próprio.
O ciúme "descontrolado" será uma forma de ódio?
Percebi agora que não consegui passar aquilo que queria dizer, mas as palavras às vezes falham-me.
Já tive "razões" para odiar, segundo o "padrão" social, mas nunca odiei, pelo menos da forma que aqui refiro.
Abraço em Cristo

8:04 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Caro António
Que grande asneira fiz para aqui!!!
O comnetário não entrva não sei porquê e afinal acabaram por entrar repetidos.
Perdão e paga-os, por favor.
Abraço em Cristo

10:29 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Não acerto uma!!!
Não é "paga-os", mas sim "apaga-os".
Mais uma vez desculpa.

10:31 da tarde  
Blogger Tiago said...

Amores de Perdição... já dizia Camilo Castelo-Branco.
Grande Abraço, TAM

10:44 da tarde  
Blogger CristalizArte said...

Caros Amigos
O ódio pode surgir muitas vezes por inveja. Recordo-me dos escribas e dos fariseus. Teriam eles medo de amar o Senhor? Esta não a posso responder. No entanto, estou do lado do António. O ódio passa a barreira do medo. Creio que se trata de não perdoar uma falta passada ou mesmo de ter inveja de alguém, etc, desejando o seu mal. E à medida que o tempo passa, vai-se alimentando e agigantando um sentimento mau. Creio que o ódio surge muitas vezes assim. O ódio faz-me lembrar um post anterior: o tigre de papel, que por detrás de uma tela, parecia feroz. (ou seja, agiganta-se/alimenta-se o sentimento de ofensa/inveja,etc). É nestas alturas que é necessário parar, pensar e confiar no Senhor.
Abraço em Cristo e peço a vossa oração, que eu já rezo por todos vós.
PBP

2:13 da manhã  
Blogger Mike said...

Parece-me claro que vou deixar de comentar... o que eu disse é a forma como eu sinto. Não é uma verdade absoluta.

Concordo com o Joaquim... o ódio, como o concebemos, se calhar nunca o sentimos. Assumi o outro "ódio", quando o outro me faz "confusão" por qualquer motivo que seja.

O medo de Amar vem daí. Da falta de fé, do deixar de acreditar que é amando que se chega mais longe, que se é feliz. Eu escolho não Amar porque tenho medo, medos!

A ideia era muito simples e, se calhar, generalista de mais!

Abraços

PS - PBP, a inveja está para a admiração, assim como o ódio está para amor... formas erradas de manifestar o que vai cá dentro.

10:01 da manhã  
Blogger CristalizArte said...

Querida Inês, percebo o que queres dizer mas não acho que seja sempre assim. Isso acontece às vezes, mas não é isso o ódio. Para mim, isso é defender. E até é bom que nos defendamos, se amamos esta vida que Deus nos deu. O ódio, normalmente, é atacar. Se a melhor defesa é o ataque? Penso que nem todos reagem assim...
Um beijinho e um óptimo Natal para ti e a tua família!

AVC

3:47 da tarde  
Blogger CristalizArte said...

Querida Gota de Chuva! Gostei muito de te ver com a bola azul que o Joaquim me passou. E por cada pessoa que passa, parece que ganha mais valor! Malu e Xana, não vos esqueço :)

Quanto ao que dizes aqui, acho que tocas mesmo no sítio certo : "Quem odeia se calhar não sabe amar"

Concordo contigo que amar não é cristão, muito embora reconheça que há partes pagãs do meu coração, ansiosas para serem cristianizadas. É isso que peço, porque com a Luz desparece o ódio, o orgulho e outras fontes de pecado. É muito bom ler o que escreves, lembra-me aquela música que diz "Senhor ensina-me a amar..." É essa a proposta de Cristo. Um bei-jinho agradecido, acompanhado dos melhores votos para que passes um Natal cheio de Cristo e alegria! À beira de uma lareira quentinha, que traz Jesus de Paz, crepitando de alegria e abraçando-nos no calor do Seu Amor ;)

AVC

3:57 da tarde  
Blogger CristalizArte said...

Malu, também as tuas palavras são musicais. Lembram-me a oração de São Francisco, onde se canta,
"Onde houver ódio, que eu leve o Amor (...)"
O ódio é sempre temporário, se se quiser. Para sobreviver, tem de ser alimentado. Se não o alimentarmos, morrerá por si. Se o fizermos com Amor, então muito mais rápido e melhor será. Amando com o coração, e quando este falha (como tão bem lembras), amando com a razão. Um grande beijinho, muito grato pela bola azul, que tem sido um óptimo "presente" de advento. Está presente Jesus, estás tu, e está quem com ela brinca. Bom Natal, cheio de alegria!

AVC

4:04 da tarde  
Blogger CristalizArte said...

Meu caro Joaquim, que boa pergunta deixas aqui.

O ciúme descontrolado, será uma forma de ódio?

Pensei, e à Luz daquilo que a Gota de Chuva escreveu sobre "não saber amar", parece que o ódio é pelo menos aparentado do ciúme. Tal como a inveja, prima destes dois, como o Pedro lembra.

"Penso que é muito dificil odiar verdadeiramente, porque o homem, cristão ou não cristão, foi criado no amor a para o amor, pelo que lhe é visceralmente muito dificil odiar tão completamente que deseja a total destruição do outro."

Isto que dizes é que é preciso não esquecer. Fomos criados no amor e para o amor, por isso, sempre que nos desviamos não há porque desesperar. Há sempre volta a dar, porque a nossa Natureza é feita de Amor. Um grande abraço e obrigado pelas tuas palavras sempre preciosas. Aproveito também para te desejar um Natal bom, junto dos teus próximos e em comunhão com Cristo e com estes amigos blogosféricos que ganhas todos os dias, onde tenho o prazer de me incluir!


António

4:12 da tarde  
Blogger CristalizArte said...

Grande Tiago, meu erudito companheiro de Caminho. Obrigado e um Santo Natal para ti e a tua família! Um abração

AVC

4:16 da tarde  
Blogger CristalizArte said...

Meu caro Pedro, obrigado por tudo o que dizes. É um privilégio ter um amigo que sabe a Bíblia como tu, para além de muitas outras coisas que não escrevo aqui porque... não ia caber. Um grande abraço agradecido e até logo!

AVC

4:23 da tarde  
Blogger CristalizArte said...

Caro Mike,

Não o costumo fazer, mas respondo-te por e-mail. Um abraço

AVC

4:37 da tarde  
Blogger xana said...

creio nisto:

" O ódio é um chamamento para o amor."

11:13 da tarde  

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