sábado, setembro 16, 2006

16 de Setembro

“Sabes, na verdade nunca consigo rezar um Pai-nosso até ao fim. Aliás, não consigo sequer passar da primeira frase… há tanto de grandioso em cada palavra, tanto de inatingível para mim, tanta profundidade em cada expressão, que não me sinto digno nem de acabar de pronunciar a primeira palavra.”

Sempre que vou à missa lembro-me da história deste homem muito sábio, que imagino cheio de uma fé inabalável e de uma consciência admirável da sua pequenez. E sinto-me pequena também, indigna de pronunciar palavras tão cheias de sentido: “Meu Senhor e Meu Deus” “(…) não sou digna que Entreis na minha morada, mas Dizei uma palavra e serei salva”. E quantas coisas digo eu ao longo dos meus dias sem depositar nelas tudo o que de Deus há em mim, tudo aquilo que eu posso, n’Ele, ser? Quantas orações recito quase de cor, ou digo “sim, sim, é claro que gosto de ti” quase como rotina?

Se é certo que palavras leva-as o vento, e que (muitas vezes) mais vale um gesto do que mil palavras, é também muito verdade que às vezes uma palavra consola, conforta, e pode de facto ajudar a transpor montanhas. Peço, hoje, o dom de por Deus em tudo o que fizer, e de me abrir a Ele, deixando que pela graça do Espírito Santo Ele possa brotar de mim e fazer-me ser n’Ele para os outros.

RCC

1 Comments:

Blogger CristalizArte said...

Brilhante, querida RCC! Obrigado pelo magnífico contributo que tanto me honra e dá força... para valorizar mais cada palavra, cada gesto, cada momento. Um abraço forte,

AVC

9:39 da tarde  

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