quinta-feira, outubro 12, 2006

12 de Outubro

“Estamos todos no mesmo barco”

Gostei de um dia pensar que todas as pessoas do mundo estavam dentro de um barco! Todos nós fazíamos uma grande (1) viagem …
Este barco era grande, com um enorme mastro e muitas velas, assemelhava-se às naus dos Descobrimentos. Neste barco não havia lugares melhores ou piores. Dos mais ricos aos mais pobres, dos africanos aos americanos, dos mais alegres aos mais tristes, todos tinham um lugar igual! Os mais velhinhos e as mães que traziam recém-nascidos, esses sim, estavam mais resguardados.
Nenhum de nós sabia bem o destino mas o nosso comandante conhecia-o bem! E garantia-nos que era um lugar encantador! Aliás, dizia-nos ainda uma coisa estranhíssima … dizia-nos que já conhecíamos parte desse lugar.
Espantoso era, também o facto do vento soprar sempre no sentido que o nosso comandante desejava e nunca ter sido obstáculo na viagem. O vento era importantíssimo para que pudéssemos chegar ao destino pretendido. Ficávamos portanto bem mais alegres e satisfeitos quando vinha uma rabanada de vento, pois ajudava-nos a chegar ao destino mais depressa(2).
É claro que esta viagem nem sempre foi fácil. Por vezes as discussões entre os americanos e os asiáticos acentuavam-se, a chuva por vezes caía mais forte, as noites temerosas, mas o vento, esse estava sempre a direccionar-nos no bom caminho!
O nosso comandante, por vezes, largava o seu posto confiando ao vento a direcção do barco e vinha ter com as mães que precisavam de ajuda, com aqueles que estavam de parte, animava as crianças… enfim, era uma pessoa com muito boa disposição transmitindo paz, alegria e confiança! Ao falar, passava muita a ideia de que se estamos todos no mesmo barco e queremos chegar ao destino, então devemos cuidar uns dos outros.
Até que alguém diz ao chegar ao destino (Céu): Obrigado comandante (Jesus) por toda esta viagem (Vida), obrigado por todos os momentos em que enviaste o vento (Espírito Santo) ajudando-me a chegar aqui e dando muitas alegrias. Obrigado.


(1) grande não é no tempo mas sim no sentido que aconteceu muita coisa; o tempo não sei quanto foi!

(2) mais uma vez o tempo é uma incógnita! o ser mais depressa não quer dizer uma rapidez temporal mas uma rapidez de cumprimento de objectivos;

Nuno Alarcão, 06 de Outubro de 2006

6 Comments:

Blogger CristalizArte said...

Este postal foi escrito pelo convidado especial para hoje, ao qual agradecemos e expressamos o quão honrados nos sentimos por acolher o nosso convite: Obrigado, caro Nuno!

12:44 da manhã  
Blogger Mike said...

Que bonita imagem Nuno... não sei porquê, só me faz lembrar esse grande homem e santo: Francisco de Xavier.

Quer dizer, eu sei bem porquê :)

10:02 da manhã  
Blogger Era uma vez... said...

Um texto fantástico...

Um texto riquissimo...

Um texto completissimo...

Um texto que fala de nós e é para cada um de nós...

10:02 da manhã  
Blogger joaquim said...

Lindo texto.

Também eu faço e quero fazer parte dos que esse barco transporta.

E pela graça do Comandante e a Força do Vento, se não me deixar cair pela borda, chegarei ao Lugar.

Abraço em Cristo
Joaquim

9:43 da manhã  
Blogger Administrador said...

Prezado amigo,

Convido a visitar o Blog “Só Deus Basta!” Onde se partilha diariamente a Palavra de Jesus que é o Cristo. Acabámos de Linkar o seu blog pelo que agradeciamos procedimento semelhante – http://www.sodeusbasta.blogspot.com

A Paz

Os Discípulos

5:24 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Bonito texto que me trouxe à memória uma "fonte" que apareceu no meu caminho:

Abraços :)
********

Eu queria mergulhar no oceano e sentir a liberdade de saltar e nadar ao sabor das ondas do teu coração e enxugar as minhas lágrimas de alegria nas tranças da tua alma.
Eu queria ser realidade no teu coração, onde as redes das palavras aprisionaram a liberdade que és e da qual já fazes parte, a verdade da imensidão do oceano da vida.
Eu queria que escutasses as palavras do Marinheiro, que canta uma canção de amor aos teus ouvidos, sussurrando a Sua compaixão por todos os peixes feridos do oceano do amor onde navega com a sua barca.
Eu queria que fosses livre, livre de correr mergulhando, sem sentires o perigo e o peso das feridas dos egoísmos dos homens que transformam essas ondas de esperança onde mergulhas, em ilhas ressequidas e desertas.
Eu queria abraçar o teu murmúrio de dor, e consertar as redes do teu coração, para que pudesses pescar pérolas que são as lágrimas do oceano, empurradas para o mar da alegria, pelo sopro do Espírito Santo.
Eu queria silenciar a minha presença para que a Presença se visse e escutasse em todos os horizontes humanos, escondidos pelos nevoeiros das marés-cheias do sofrimento, como um farol de luz que guiasse todos os barcos perdidos dos corações humanos até porto seguro.
Eu queria devolver-te o sorriso que me havias ofertado naquela manhã da alegria do reencontro, mas agora já nada posso fazer, outro pobre que passou por estes caminhos já o recolheu, era o único pão que tinha para lhe ofertar.
Eu queria acordar o silêncio que trazes na alma, mas o ruído das orações inúteis de tantos, ecoando no coração vazio de si mesmos, não permitem que o silêncio se afaste e dê espaço ao ruído das crianças que ainda somos todos, no coração do Pai.
Eu queria abrir-te a porta do Sacrário onde habito, mas o véu das teologias humanas, esconde a chave da porta nos corações avaros dos que se apoderaram da Palavra.
Eu queria abafar o grito de tantos silenciosos que chegam à minha Presença, mas o coração amado do meu Filho já os abraçou no seu grito da cruz.
Eu queria sair ao teu encontro, mas preciso das tuas mãos para me ajudarem a erguer e caminhar ao lado de tantos que como Eu, caminham feridos pela violência do desamor, ajuda-nos.
Eu queria embarcar na barca que é o teu coração, mas os passageiros-sentimentos, já pouco espaço deixaram para um pobre pescador de corações puder repousar aí o seu próprio coração.
Ir.Silêncio

8:29 da tarde  

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